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quarta-feira, 7 de maio de 2014

TÍTULO PARA QUÊ?


por Sarah Camilo


Hoje exigi um pouco mais do Sol. Pedi a ele que queimasse não o meu corpo, mas a minha alma. Ele olhou em meus olhos e disse que sim e eu apenas deixei-me ser queimada. Pedi ao Sol que queimasse tudo aquilo que é inútil e que me impedisse de ser eu mesma. A minha existência ainda é desconhecida por mim, não sei ao certo quem EU SOU. (Explosão)!

Se eu souber quem sou eu, o que eu faria? Tenho medo de descobrir, por isso prefiro adiar um pouco mais o saber. Quero liberdade. Liberdade de quê? Para quê? Não gosto das coisas que penso de mim mesma. Pavor!

Na verdade o que penso de mim é o que eu sou, mas não quero ser assim – é horrível. Sou desprezível. Não me aborreça, fico pior. Aborrecer serve para quê? Há vida? Se há ela é muito curta? Por que é?

Sinto-me como num labirinto, não consigo me encontrar. Será que algum dia fui uma boa pessoa? Ser boa é para quê? Sei que respiro, às vezes com um pouco de dificuldade. Será que é o meu tempo acabando?

- Estou à estafa!

Ouço o barulho infernal dos carros, dos ônibus, dos caminhões e das insuportáveis motos. O tempo passa, as pessoas andam e correm, os comércios abrem e fecham. Enquanto isso eu apenas respiro.