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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Terceira Série

Por Sarah Camilo

Quem disse que professores não amam? Sim, professores amam seus alunos. Acreditem!

8? 9? Isabela ainda era uma criança. Sempre estudou em escolas da rede pública até o ensino médio. Naquele tempo, pouco se comunicava e não tinha, praticamente, nenhuns amigos, tampouco amigas.

Nunca se dava bem em atividades escolares e não tirava boas notas nas provas. O que a deixava muito frustrada. Quando estava na terceira série tivera seu pior pesadelo: Acordar cedo e encarar a multidão, mas na verdade eram só os outros alunos da escola, porém aquela escola lhe dava medo.

Silenciosa, ouvia a professora. Ouvia a “conversa paralela”. Muda? Não, não era. Só não tinha VOZ. Não tinha CORAGEM de FALAR. Acreditava que se falasse algo seria, de alguma forma, rejeitada. Então permanecia em silêncio.

Observava o comportamento das outras meninas e pensava: Queria ser assim. Queria ser como elas. Isabela era diferente e o mais terrível é que ela já sabia disso. Como? Não sei. Às vezes, ou melhor, muitas vezes, por descuido, não levava seu material completo. Faltava borracha, lápis ou o apontador. Então, vergonhosamente, pedia a colega ao lado a borracha emprestada. Gentilmente emprestara. Um dia, outra garota disse: Não empresta mais. Minha mãe diz para eu não emprestar meu material para ninguém. A partir de então a garota que havia emprestado a borracha não me emprestava mais.

Havia um mapa de sala. A professora organizava os alunos em fileiras e aqueles que tinham um pouco mais de dificuldade sentavam bem à frente. Era a da segunda cadeira da terceira fila.

Algumas vezes, os filhos da professora iam para a escola junto com ela. Acha um máximo!

- Os filhos da professora na mesma sala que eu!

Um dia, a menina que sentava atrás de mim sorriu para a filha da professora, que gentilmente sorriu de volta. A professora observou e acho que pensou que sua filha sorrira para mim, quando na verdade era para a menina de trás.

Então, um tanto envergonhada, olhei para a professora e ela olhou para mim. O que me deixou ainda mais constrangida, porque também não tinha coragem de OLHAR nos olhos das pessoas.

A professora não olhou apenas em meus olhos. OLHOU PARA DENTRO DE MIM. OLHOU PARA O MEU CORAÇÃO. OLHOU-ME COM AMOR DE MÃE. Nunca me esqueci daqueles olhos claros olhando para os meus, castanhos.

SURPREENDENTEMENTE, a professora se levantou e foi até minha mesa e me cobriu de beijos e abraços. Não sabia o que fazer. Apenas sorri timidamente. Sei que por dentro pulei de alegria e percebi que diante daquela multidão na escola havia alguém que me amava.

Sim, professores também amam seus alunos. Acreditem!

sábado, 27 de setembro de 2014

LEITE DE CAIXINHA: Puro Luxo!

por Sarah Camilo

Ao sair da EEEF “Rotary”, em Cachoeiro de Itapemirim, ganhava banana, maçã, laranja. Porém, quando ganhava LEITE DE CAIXINHA, era uma maravilha! Puro luxo! Pois meu pai só comprava o de sacola. E eu não gostava.

LEITE DE CAIXINHA era para quem podia. Então, quando a escola me “presenteava” com ele, não conseguia chegar a casa. Abria-o assim que, felizmente, recebia e bebia-o.

Não me lembro que idade tinha, mas sei que é do tempo que eu não me importava se as pessoas me viam tomando LEITE DE CAIXINHA na rua. Só queria bebê-lo todo, pois como estava acostumada com o de sacola, esse tinha sabor diferente. Era sabor de liberdade.

Ah, que tempo bom!

Que sabor maravilhoso!

OBS: Até hoje tomo leite com toddy (LEITE DE CAIXINHA). AMO!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

GRATIDÃO

por Sarah Camilo

Sentada à mesa de estudos, olho para o lado e vejo o meu canudo de formada em Letras aos pés de Nossa Senhora de Shoenstatt. Deixei-o lá desde que me formei: dia 24 de julho de 2014.

Naquele instante, lembrei-me de minha trajetória. Foi realmente gratificante perceber que nunca estive sozinha nessa caminhada. Família, alguns amigos e, sobretudo a intercessão da Virgem, pois sempre que saia de casa para ir à faculdade, pedia a sua proteção. E quando retornava também.

Pedia-lhe como uma criança para me proteger de todo mal e que nada de ruim acontecesse comigo e com as outras pessoas que retornavam às suas casas após um dia de trabalho e estudo.

Rezava Ave-Maria. Pai-Nosso. E para o meu Anjo da Guarda.

Sou tão miserável, oh Virgem! Que não sei como descrever o quão sou eternamente grata. A ti, entrego minha vida, minha vocação e tudo o que sou. Afinal, qual mãe não conhece o filho que tem?

Agradeço de coração.


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ah...

por Sarah Camilo

Um apê pequeno, mas cheio de sonhos e vontades brilhantes. Hoje pela manhã peguei todos os sonhos que havia guardado no travesseiro e resolvi, então, aproveitar a ventania do dia de hoje e pôr todos eles para fora, para voar e seguir, cada um o seu rumo.

Força de vontade é reunir todas as nossas forças interiores, reorganizar tudo aquilo que somos, não desistir na primeira queda e sorrir; mesmo que as coisas não estão indo bem no momento.

A vida caminha para frente, minha gente!




Fotografia: https://www.facebook.com/becofotografias/photos/a.1416147008632040.1073741827.1416144595298948/1512250132355060/?type=1&theater