Pesquisar este blog

domingo, 23 de setembro de 2012

Noite carioca

Aos 17 anos me sentia vazia e sem nada para fazer.

 Um dia observei de longe uma pessoa nas noites de Copacabana, caminhando no calçadão.

 E eu, estava na areia contemplando o mar, respirando o ar carioca. Essa pessoa foi se aproximando e quando chegou perto de mim a convidei para sentar comigo e aproveitar a noite. Ao sentar do meu lado, olhei bem em seus olhos e sorri. Quase pude tocar na maresia que se estabeleceu entre mim e ela.

 Por enquanto, prefiro tê-la por codinome beija-flor.

 Trocamos algumas poucas palavras, o olhar falava muito mais, muitas coisas e muitas palavras. Depois de um tempo, toquei-a, observando cada detalhe de seu corpo. Ela olhava pra mim de um jeito constrangedor e delicado.

 Nunca nos vimos antes, mas nos sentimos naquele momento. Ainda ouço as ondas do mar se quebrando num vai e vem até chegar a nossos pés.

 Foi muito bom viver aquele momento, jamais esquecerei. Anseio por outros melhores. A vida é curta e nenhuma tecnologia acompanha a sua velocidade.

 Quando isso aconteceu, estava com uns 20 anos, lembro-me perfeitamente do seu rosto, mulher sensível e linda. Os seus cabelos macios dançavam na ventania noturna carioca.

 Sabe? Depois que parei para perceber melhor o seu rosto... Aquele olhar não me era estranho. Olhos castanhos claros. Suas mãos delicadas, sensibilidade singular.

 Chorei! Chorei de alegria por saber que ela ainda estava ali comigo.

 A praia de Copacabana foi testemunha de uma cena de amor real e intensa já vivida por mim.


 Luiza Brandão (heterônimo de Sarah Camilo)